sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Lori


E porque eu tenho buscado me inteirar dos seres humanos
E porque a curiosidade de tudo o que existe me guia os dias
Comparações e questões dessa diversidade, desse cesto de frutas variadas, dessa selva amazônica, nessa floresta tropical de espíritos e almas, de pedras e flores, de águas e ares e de tudo o que existe. Do fogo às culturas de países diferentes. As línguas, as cores. O ocidente e oriente.
E porque tenho andado por aí questionando e espiando e me inteirado de mais questões que de respostas. Porque os porquês e essa maravilhosa teia de uma aranha gigante que nos envolve e nos dita os passos. Passo a passo. E porque não importa o errado, o certo, o errado é o certo, e é o que é. E não adianta pensar muito porque acaba escolhendo o que já era pra escolher (me conta Lori, mais uma vez).
E que a minha teia pessoal, interna, mental, e essa teia andam ligadas à teia maior dessa mestria grandiosa. E escrevo o que já escreveria. E esse texto já existe antes mesmo de ligar o computador.
Lori é sábia... E confusa. Na sua confusão esclarece o que pensa Clarice, e Clarice pensa o que muitos pensam. E os porquês de Clarice se parecem muito com os meus, mas descubro, um pouco decepcionada, que não sou a única (em uma conexão além do corpo com essa alma repleta de complexa trama). E, ao invés de alimentar essa distância, aceito a resposta de que não poderia ser diferente, pois somos muito próximos uns dos outros, já que viemos da mesma teia e do mesmo material e do mesmo amor.
E assim, não começo com uma vírgula, mas termino com dois pontos:

domingo, 15 de agosto de 2010

Onde foram parar as minhas certezas?

Onde foram parar as minhas certezas?

Sua natureza volátil as fez desaparecer em meio a dúvidas e medos.

Cadê meus passos certos que me levam em direções escolhidas?

Cadê?

Onde estão vocês, animais ariscos, cães arredios, garanhões farejando cio?

Que grito me dão agora, qual voz que não me chega nesse abismo de minha alma?

Me sinto acuada e paralisada qual criança castigada.

E tenho medo de me mexer. Me assusto com medo de mínimo movimento.

E me encolho quieta, nada sei.

Nunca me senti tão ao relento, vivo uma adolescência eterna, que se alterna em grande e em ingênua, em segurança e dúvidas vorazes.

Cadê a adulta de ontem que condisse com o que meus anos exigem que eu seja?

Cadê a maturidade que espero até hoje que me chegue?

Cadê aquele adulto que minha visão infantil me fez almejar idades avançadas?

Cresço e fico mais velha que meus pais... E fico mais nova do que a vida exige... E meus pais não são nada do que eram antes... E eu não me torno nada do que imaginava que me tornaria.

Cadê, meu Deus, aquela certeza que ainda ontem tinha eu aqui?

Cadê?