terça-feira, 26 de abril de 2011

É que...



É que me sinto atolada no meu caminhar e em meus atos impensados. Não tão impensados, mas agidos e reagidos. É que me sinto tão paralisada num momento em que a vida corre. Me sinto correndo atrás de um foguete. E aprendo a pensar em um passo de cada vez. E tropeço nos meus passos. E não admito erros. É que eu erro.

Erro e quero pensar que o erro foi pro bem, mas não deixo de pensar na opção do outro erro, já que não existe o certo. E se tudo fosse diferente? Sabe aquela mudança de um grauzinho na navegação que te faz avistar outro continente? Outro planeta? Outra vida? Outra pessoa?

É que não me deixa o pensamento da teia que rege a vida. E eu fico a pensar e calcular seus caminhos. Algumas vezes tem lógica, pelo menos eu a encontro. Sabe quando o ar te deixa claustrofóbica pela simples realização de estar vivo? De estar preso a um corpo, a um ser, uma personalidade e uma existência. E se eu quisesse me livrar de tudo isso, pra onde iria eu? Eu... Esse ser que me acompanha, esse corpo com identidade, com nome. Não sei de onde vem, mas tenho um apego a ele, tenho um medo de o perder.

É que me agarro ao meu Ego como me agarro em um galho pra não despencar, como se me agarrasse à única coisa concreta que faz algum sentido no que vejo. Mesmo que não tenha nada de concreto, mesmo que me sinta um estrangeiro em meu corpo, no lidar com a vida, no caminhar com meus pés.

É que pessoas me chegam de diversas partes, carregadas com histórias, com traumas, bloqueios. Me sinto navegando entre náufragos e me dou conta de que sou mais um a lutar contra o afogamento. E percebo que uns bóiam tranquilamente nas ondas desse mar revolto. E me paraliso ao pensar que esse mar tem fim, que ele tem vida, que se move. E tudo vive, e tudo estava aqui antes de mim, e tudo é tão grande!

É que esse texto não serve pra nada. É que eu não sei porque o escrevi, mas é que, por teimosia, insisto em escrever... Mesmo não sabendo o que dizer, mesmo só perguntando e nunca respondendo. É que me faltam as respostas e me sobram as perguntas. É que...

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