domingo, 8 de maio de 2011
cachoeira de dor de minha alma cansada.
Acho que preciso dormir
Repousar esse corpo cansado como essa dor repousa em meu peito
Preciso de um sonho de vôos, de mares, de lógicas
Preciso de um encontro com o entendimento
Preciso conseguir falar sem soltar esse grito preso
Ando chorando demais, ou chovendo demais ou aguando, vertendo minha vida em água
Cachoeira de minha alma que pede repouso
Se vivo as reações, quais devem ter sido suas ações análogas?
Em qual lugar, aportou, o ato, do tiro, que agora atinge meu peito?
Como pode tal ser, conviver com a covardia, da fuga, da vida, que exige ser vivida?
E quando “tal ser” é tais e tantos que sofro por simpatia com todos esses que sofrem e fogem.
Lanço essas palavras misturadas, que talvez não façam sentido juntas, como um pedido, de dor, ao Deus, que sonhe, em meu repouso, com o entendimento.
O que acontece com a humanidade hoje?
Assum Preto vive solto mas não voa, não enxerga, tem asas mas não voa.
Gonzaga prefere a sina da gaiola desde que possa ver o céu.
Preso no chão pela cegueira ou preso ao céu pela gaiola.
Como andamos por aí furando os olhos do Assum Preto, como andam furando os meus...
Que choram, cachoeira de dor de minha alma cansada.
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4 comentários:
Tudo o que é água - choro, chuva, aguadeiro - flui por todas as frestas da vida, aquelas mínimas fissuras que ninguém é capaz de ver até que se veja por elas a água escapando ou invadindo.
Ser água é um jeito de esvair-se quando é difícil ser pedra.
Será a pedra uma opção de vida? Uma escolha? Viro água quando me deparo com pedras, pois as pedras de meu caminho me parecem o fim da linha. Talvez eu seja assim mesmo: virando água pra passar por pedras... Se viro pedra não será por escolha e menos ainda em consciência.
Sua postagem marejou meus olhos... Talvez esse seja seu dom, gritar o silêncio de uns e lavar a alma de tantos. Água é vida, portanto, abençoada sejas... Paz e Luz!
Encantadora, seus comentários são sempre doces, me sinto abençoada por eles. Obrigada.
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