terça-feira, 20 de abril de 2010

Se eu roubei teu coração Foi porque Só porque te quero bem


Acordo de um sonho violento, de uma noite mal dormida

Encaro pesadelos de fora e sonho com seus inimigos

Sou você nos meus sonhos

Corro de pessoas e situações que não me petencem

Que chegam na minha vida e me pergunto: o que tenho a dizer?

Quais são as respostas certas pra uma angustia que me cerca?

Encaramos os fantasmas eternos de toda existência, viva, que respira

E seus monstros já não são tão estranhos assim

Exercitamos nossos exércitos, mantemos eles em forma, “just in case”

E nunca os usamos, pois, na hora “H” corremos da raia como crianças acuadas.

Por que se preocupar tanto em ser ou ter, o que esperam da gente?

Já não separo mais os meus pesadelos dos que me chegam

E suo, e grito, durante toda noite, a sua loucura.

Onde terminou a minha e começou a sua, ou a dela?

Depois de sonos e mais sonhos, ando pelas ruas sonhando

Esbarro em pessoas dormidas, que me olham, olhares de fora, iguais aos meus

Me identifico com os seres que vagam pela cidade fugindo da noite anterior, com seus exércitos adormecidos e seus poderes paralisados pelo medo.

Somos apenas um e os mesmos

Todos acordados, nessa interseção que é o momento de vigília
e a próxima noite

Nos olhamos e não nos vemos, sentimos e não entendemos.

A sua dor me é simpática

E grito sem som, todas as dores do mundo que me chegam e me tocam sem eu saber.

Inimigos indefesos, sem cara, sem expressão, sem máscaras, apenas caos e matéria informe.

Quero abraçar a todos, quero colocar todos pra dormir no meu colo e cantar uma música de amor.

Ah se eles soubessem o que eu sei, ah se eu soubesse o que eu sei...

Sei tanto! Mas existe um abismo mortal entre o que se sabe e o que se pratica

Sei o que devem fazer, mas sei que eu não saberia fazer.

Então o que eu tenho a dizer pra alguém? Nada!

Só posso te colocar no meu colo e te fazer dormir, cantar uma música que fale de amor e esperar que sejam esses os seus sonhos dessa noite.

E, amanhã, quando encontrar seus olhos apavorados, perdidos pela cidade, fugir desse encontro

Pra que vc não veja o medo que tem dentro de mim, os meus, os seus, os de todos
Pra que me mostre forte, mesmo sem ser.

E pra que o seu olhar não descubra a fragilidade que escondo nos meus olhos.

E assim, eu possa seguir sofrendo a dor do mundo e amparando os seus devaneios, te trazendo a paz que não tenho, mas ainda posso te dar.

Pra que vc durma um sono tranquilo, mesmo que o meu não seja.

E que eu grite um grito de dor sem som, pra não te acordar.

Que eu desperte meu exército adormecido pra te defender.

E que alguém, no mundo, pelo menos por uma noite, sinta esse amor e durma em paz.





Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante
Só pra ver
Só pra ver meu bem passar
Nessa rua
Nessa rua tem um bosque
Que se chama
Que se chama solidão
Dentro dele
Dentro dele mora um anjo
Que roubou
Que roubou meu coração
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Tu roubaste
Tu roubaste o meu também
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Foi porque
Só porque te quero bem

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