sábado, 24 de outubro de 2009
numa noite do Rio
Zé atirou em Pedro
Zé olhava um tênis caro
Pedro olhava a lua que surgia
Os olhos de Zé brilharam pela Jaqueta de Pedro
O olhos de Pedro brilhavam de amor pelo tapete estrelado diante dele.
Numa noite de lua, Zé atirou em Pedro.
Pedro, caído, olhava o céu.
Zé corria com seu tesouro.
Na noite de Pedro tinha lua, tinha estrela, tinha poesia
Na noite de Zé tinha sonhos, tinha números e o sorriso de Maria.
Zé não via as estrelas, Pedro as via pela última vez.
Um policial nessa mesma noite, olhou Zé, não olhou Pedro, nem estrelas, nem lua.
O policial olhou o tênis e a jaqueta mas não viu Pedro no chão
Os olhos do policial brilharam pelo tesouro de Zé, mas não viu que os olhos de Zé também brilhavam.
O policial nem viu Pedro, assim não viu os olhos de Pedro que brilhavam pela noite.
Lá se foram os três:
Zé andando sem tênis, sem jaqueta, sem estrelas
O policial levando o tesouro de Zé e a vida de Pedro
E Pedro se foi como a noite, fechou os olhos, sem tênis, sem jaqueta, sem noite, sem lua... E sem vida.
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