sábado, 31 de outubro de 2009

Vazio




A vida é cheia de mudanças, de fases. De pessoas e lugares. Épocas, histórias...
Pessoas que chegam, entram nas nossas vidas e passam. É difícil viver e se adaptar, se acostumar com alguém, mas talvez seja mais difícil se despedir e sentir o vazio que aquela pessoa deixou.

Parece um alívio misturado a um sentimento confuso. Uma solidão que se intensifica quando alguém vai embora. Diferente da solidão antes dessa pessoa chegar.

Desejei ficar sozinha comigo novamente, voltar tudo como era antes. Mas as águas de um rio nunca são as mesmas, assim, a solidão é uma nova solidão e precisa de nova adaptação. Recomeçar a conquistar o conforto de estar bem consigo mesma. Um novo começo, uma nova história.

O fim vem acompanhado de uma saudade e um vazio. A alegria de chegar ao fim de uma jornada e completar uma fase significa aceitar a morte de algo dentro de nós. Um luto oculto, velado, subjetivo.

Um ator vive de nascimentos e lutos durante toda a sua vida. O nascimento de um novo personagem, uma nova vida, uma nova fase, e o fim, a saudadee... O vazio.

Dessa forma deveríamos nos acostumar e saber que tudo tem um fim, nada é pra sempre. Mas na prática não é tão simples assim. Em cada nascimento, nos apaixonamos pelo novo e esquecemos que acabará, assim, somos pegos de "surpresa" pela morte, mesmo sabendo o tempo todo que ela nos acompanha, basta nascer.

Tenho uma necessidade de me apegar as coisas e uma dificuldade em passar por mudanças. Sofro muito cada vez que algo termina e tenho de me abrir ao desconhecido. Até que o novo vira conhecido e necessário na minha vida... E tudo recomeça, os ciclos, a roda da fortuna que não para de girar... E a gente tendo que entender que a morte é vida, vida é morte, alto é baixo, baixo é alto, silêncio é som e som também é silêncio... Mas o vazio permanece...

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