quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Selvagem



Imagina nós dois sozinhos entre arvores na noite

Imagina o tempo passando e nossos corpos passando junto

Imagina como seria, sem relógio, embalados pelo som de água e das criaturas

Entre a imaginação e a fantasia... Nós dois sozinhos

Imagina como seria se perder em sentimentos confusos

Sem tentar entender nada

Apenas vivendo junto o tempo

O dia que passa e a noite que chega... A noite que passa e o dia que chega...

Imagina dançar ao som das criaturas da noite e nós dois perdidos no escuro uivando

Imagina como seria se pudéssemos mandar ao inferno a realidade opressora

Reescrever a nossa história

E correr como loucos e lobos entre matas e terras selvagens

Shhhhhhhhh

Silencio, escutemos o chamado da noite que chama os amantes

Sim, que me entrego e me atiro ao destino

Que me arraste pelos cabelos me atire e me bata

Sim, que vivo intensamente como uma louca desvairada prenha de amor

Loba gerando a vida, farejando, arrepiando, sem medos, sem pudores

Viva a liberdade de se viver

O amor sem relógio

A vida na selva, o pé no chão, o cheiro de suor, orelhas em alerta... Longe, muito longe de sapatos e sabonetes e palavras e ordens e regras...

Me entrego, de corpo e alma, aos sons enigmáticos das águas e da mata

Das criaturas da noite ocultas

Que me busquem e me arrastem pelos cabelos

Que não sou diferente, distinta de um todo maior

Sou uma e me entrego à essa unidade

Imagina se vc vem comigo nessa aventura louca e desvairada?

Sem medos ou receios

Apenas a entrega certeira da unidade da vida

Nenhum comentário: